domingo, 13 de abril de 2014

"Steffen" ou "O poeta delira"


Sons de pavor saem da felina narina
Olhos amedrontados acordam o sereno
Um touro anuncia o terremoto
Gotas de rivotril invadem o peito febril congelado pela nevoa branca.
Égide cura o eu do amante feroz, viril
Os fantasmas dos corpos soturnos nos rondam o sono
O despertar trás a luz azul e a poesia da imagem
O mundo se abre na luta da alquimia do corpo,
e vai de encontro ao amor
Amor lunar, amor da terra, amor da vida, amor da arte. Amor teat(r)o
Suas palavras ressoam como veludo “Que é preciso ser orgânico”
Palavras suaves e sutis acalmam os corações
Os lábios carnudos são a fonte do desejo veloz
Livre é seu movimento agora. E no amanhã
Sensível às consequências imediatas
O espirito critico é virtuoso
Transforma, renasce
Erra com maestria, pintando sua obra, sua vida!
Só nos resta desabar em alegria
Onde os riscos da chuva dessa paixão
Movem os dedos acelerados
Tatuados no coração
Flutuo em camadas partidas
No gozo
Penteio a flor
Que arde no peito
Contaminada de Apolo
Afogada em Dionísio
Vento celestial, respiro nesse amor
 “A torrente fluente, profundo fluente”...
Catatônica derrete-me com esse melado olhar
Eletrocutada em lágrimas sucumbidas
Nos olhos do vento 
No frio do novo setembro
Salgado esplendor
Refletem o medo
Afogado e embriagado
Os amantes velejam no mar cor de rosa camaleão
Entardecendo o tautológico sol
Nos corpos repteis, suados, colados na escuridão 
Os trincos do céu avermelhado travam o encontro 
Vênus trás as molduras em jasmim
No ventre flutuam em desespero imenso do desejo de te amar
Eternamente nesse doce começo
Tem doçura tão docemente doce
Enamorados que não se suicidam
Revelam a luz do dia conservada neste maravilhoso encontro do quebra-cabeça de afinidades, cumplicidades e intimidades.
Transformam-se em amor a curiosidade intensa do ser encontrado
Vertiginosamente apaixonados
No gozo no toque musical sobrenatural
Recomeço deslumbrada, danço, no mundo em volta de nos.
Na situação limite, suspensa, imprevisível.
Ah! Enlouqueço!
(Liz Reis)

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