quarta-feira, 2 de março de 2011

O Terceiro Sinal



A temporada em São Paulo infelizmente eu não consegui assistir, ai lendo o jornal vi a programação do SESC Santo André e me lembrei das palavras de Mario Vitor Santos, “você tem que ver a peça e atuação de Bete Coelho”. Então coloquei os pimpolhos no carro e segui rumo à casa do meu irmão que mora em São Bernardo e deixei as crianças lá e fui ao teatro.
O texto de Otavio Frias Filho é um texto de um não ator vivendo o interno de um “ator artista” na sua mais pura essência. Ele através de suas angustia para entra em cena na montagem, “Boca de Ouro”, de Nelson Rodrigues, no teatro oficina com direção do mestre Zé Celso, nos relata através de seu texto a alma e os verdadeiros motivos que levam um artista entrar em cena.
A peça começa. Bete Coelho inteira e sozinha no palco. O publico é bem burguês. Escuto gente falando sem respeito nenhum: “ela já fez globo, mas eu não me lembro dela”, “parece um homem”, bom o publico é tão desinformado, que não sabe nem o que vai assistir. Sim, ela parece um homem, o Otavio Frias, personagem que ela faz na peça.
Bete Coelho é de um talento tão grande que me impressiona a cada verbo, substantivo, verdade, pausa, olhar.
Não consigo pensar o que aquele texto significou para o publico leigo, ouvindo “Stanislavisk”, “as imitações gestuais de Zé Celso”, só sei dizer que peguei aquele barco e naveguei com tanto prazer que me fez pensar o quão belo é ser um ator. Esse prazer dos palcos e suas angustias, essas vivencia de nos doarmos aos nossos personagens, não existe nada no mundo que me complete mais.
Merda Bete Coelho, parabéns Otavio Frias, foi um prazer estar ali.