domingo, 22 de abril de 2012

viver




Hoje tenho que conviver com um dor, uma solidão que trava minha garganta, uma solidão, um ar, um inspirar de morte, um medo que parece que estou embaixo da terra , um tumulo vazio.
Eu amadureço, respiro, faço terapia, teatro, vivo cada dia tentando estar.
Tenho pensado muito, e acho que chegou o momento de transformar minha vida.
Ter uma nova profissão, algo que me deixe mais tranquila, serena e sem tanto medo.
Quando eu tinha 17 anos queria muito estudar medicina, depois de assistir Bob Wilson, não consegui parar de pensar nisso.
Eu sempre quis ser uma grande atriz , hoje quero ser a Elisabeth de Carvalho, apenas uma pequena atriz,  ter  amigos, fazer minhas peças, ser sincera,  frágil e não uma vitima, porque eu tenho um medo gigante de viver, e ser.
Eu magoei uma pessoa que amo, porque não podia mais ficar casada com ele, ele chorou, eu chorei, ele sofreu,  eu sofri.
Hoje ele esta apaixonado por uma mulher incrível chamada Patrícia, fico tão feliz de ver o sorriso em seus lábios, porque esse homem foi o amor da minha vida alguém com quem tive dois filhos e que hoje apesar de tudo gostaria que fosse meu amigo. Tínhamos 20 anos quando nos casamos e sobrevivemos há 10 anos.  O que importa é o que vivemos que foi magico e a felicidade que a vida me deu meus 2 filhos lindos.
Às vezes o amor acaba, ou somos imaturos, mas é uma pena quando nos esquecemos, porque foi que nos apaixonamos por essas pessoas. Se lembrássemos, teríamos mais respeitos por elas, mesmo quando elas cometem erros.
Hoje vi pessoas que se apaixonaram e que são amigos, fiquei admirada e feliz, eu também gostaria de ter isso.

Pessoas que eu magoei me perdoem sou alguém que também erra. As que me magoaram, falaram mal, me humilharam, mesmo depois de eu ter dedicado minha vida a elas, tudo tem seu tempo e cura.
 Esta doendo, estou triste porem espero o tempo passar, não sou dona da verdade, e nem perfeita, sou apenas a Elisabeth.


São Paulo Surrealista em cartaz no Madame Satã, Rua Consellheiro Ramalho, 873 sex e sab 21h










sexta-feira, 20 de abril de 2012

Angelica III


Angélica estava em uma Oficina Cultural dando aula para 60 pessoas. Um barulho de ferragem de uma obra ao lado ensurdecedor.  Os alunos eram agressivos. Então ela começou a gritar e parou de dar aula.

Agora ela estava em uma espécie de cemitério onde iria fazer seu espetáculo teatral. O lugar onde ela deixava seus figurinos tinha um jardineiro plantando flores rosas , delicadas como orquídeas. Então ele disse você não pode mais deixar seus figurinos aqui.

Angélica, sem discutir retirou tudo e colocou dentro de um tumulo, do lado de fora abriu uma tabua de passar roupa ligou um ferro e passou com muito cuidado, depois que o ferro já estava quente ela perguntou: essa tomada é 110, mas ai percebeu que sim ,porque o ferro estava  ligado.

Agora dentro do tumulo, tentando não molhar o figurino espalhou delicadamente pelo chão molhado, e colocou uma manequim feminina nua ao lado.

De repente estava cheio de manequins vestidos com roupas extravagantes eram cínicos, irônicos e cruéis e queriam machucar a manequim. Angélica implorou que sua manequim era ainda uma menina frágil, e ela não resistiria a violência. Angélica implorou pela vida da manequim.



 Abriu as duas portas para entrar luz, então o coveiro disse feche a porta porque os coveiros punks vão machucar você.

Depois seguiu para casa de um amigo Renato , que não a recebeu sua secretaria Lurdes disse ele esta tomando jarras de chá , para tentar continuar vivo.

Angélica acordou

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Interno... eu

Afirmação incondicional da vida!
É melhor aceitar a vida como ela é.
Sem recortes com tudo de trágico e doloroso, sem selecionar
o “Belo”
Aceitar o que a vida nos apresenta, isso não é um
conformismo, seria se vc não visse como parte dessa situação.


Hoje me lembrei de Edipo Rei...

O destino é acima de tudo parte da sua vida. E não uma
fatalidade, onde nos encontramos na situação de vitima.
Fazemos-nos parte de um todo, qualquer que seja a atitude,
ela altera o todo. Também somos a causa.

Nietzsche

Ouve sempre nos escritos de um ermitão, algo também do eco
do ermo algo do tom sussurrado e da arisca circunspecção da solidão, em suas
palavras mais fortes mesmo em seu grito, soa ainda uma nova e mais perigosa
espécie de calar de silenciar Que, entra ano, sai ano, e de dia e de noite,
sentou-se a sós com sua alma em confidencial duelo e diálogo, quem em sua
caverna – pode ser um labirinto, mas também jazida de outro – se tornou urso de
cavernas ou cavador de tesouro ou vigia de tesouro ou dragão: seus próprios
conceitos acabam por conter uma cor própria de lusco-fusco, um odor de
profundeza como de mofo algo de incomunicável e renitente, que sopra frio em todo
aquele que passa, O ermitão não acredita que um filósofo – suposto que um
filósofo sempre foi primeiro um ermitão – tenha jamais expresso suas próprias e ultimas opiniões em livros
não se escrevem livros, precisamente, para resguardar o que se guarda em si ele
até duvidará se um filósofo pode, em geral, ter opiniões “ultimas e próprias se
nele, por trás de cada caverna, não jaz, não tem de jazer uma caverna ainda
mais profunda, um modo mais vasto, mais alheio, mais rico, além de uma superfície
um sem –fundo por trás de cada fundo, por trás de cada “fundamento”
Cada filosofia é uma filosofia de fachada – eis um juízo
ermitão “ Há algo de contrario se aqui ele não cavou mais fundo e pôs de lado a enxada – há também algo de
desconfiado nisso.
Cada filosofia esconde também uma filosofia, cada opinião é também
esconderijo cada alavra também uma máscara. (FriedrichNietzsche)


Filosofo Luso-fusco – essa noite quero conversar com vc
Sim meu amigo, filosofo, que com seus dialogo de duelo,
duela com si, que se põem em cheque, e no ato da causa como eu estou agora. Há filósofo
singular que mistura a imagem no conceito e na mascara da trágica humana, um
filosofo-poeta para todos e para ninguém?
Que nos traz o acento da solidão. Que tudo o que
não diz é o que revê-la. (Liz)

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Filho amado!

Meu filho chorou hoje
Viu a profunda solidão
O desespero tomou conta alma
O zumbi penetrou o ventre
Os olhinhos brilham me pedindo um sorriso
Então ele me pergunta
Você esta triste porque não ganhou ovos de pascoa?
E sem querer a resposta me diz :
Eu vou comprar pra você...

Medo




Febre queima os pensamentos
A dor envolve o corpo na tentativa de expulsar o feto
Ânsia, solidão, o sol não voltará a brilhar.
A vagina esta seca
Talhado coração
A montanha ruída de tristeza
Parto fecal demoníaco
Hera comera a criança, cuspirá
Toda a essência feminina
Medo
Tu és a fúria do vulcão
A crueldade dos ventos
Luz negra adoeceu meu pulmão
Câncer da tristeza contaminou o coração
Deixo meu ultimo sorriso marcado pela dor
E me despeço do teu abraço