domingo, 27 de abril de 2014

Essa tristeza que chega em trovões
Ressoam uma respiração de catástrofe
Monstros saem das covas
As cordas mortais e imaginarias
Estão em toda parte
Não tem mais chão
Nos pensamentos febris
Só devaneios tolos
Do cheiro doce dos momentos marshmallow
Ao bardo do eletro-choque
A poesia não pode mais curar
E porque eu dançarei? A noite sempre terminará vazia.
Sim! Eu ainda amo você.
Só restou esse interlúdio
O violino emudeceu
Na deterioração jovial
Sim! Estou envelhecendo compulsivamente
Na escuridão do meu quarto
Tropeçando nos livros espalhados
Ziguezagueando nas paredes da completa desesperança
Sangrando violentamente no silêncio
Ruídos excepcionais baterão este vazio, infinitas vezes
Perplexos com a clareza dos fatos
Vejo a melancolia penosa
Cogitando abandonar a maternidade
Será isso um estranho capricho?
Pequena descortesia?
Hoje à noite eu me despeço selvagemente

Desses últimos tempos que empalideceram a minha face.

terça-feira, 22 de abril de 2014

TALVEZ

Talvez ele não acredite mais
Talvez ele tenha certeza que somos incompatíveis
Talvez ele realmente não esteja interessado.
Ainda não vi sua entrega, ele também não viu a minha;
Só um sopro de algo que posso vir a ser
Eu ainda acordo ao seu lado, com duvida se ele me quer fora de lá
Eu ainda não sei, se ele quer que eu prepare um café da manhã
Essa semana eu consegui um pouco mais
Até li um livro na sala
Até assisti tv
E pela primeira vez eu fiz amor e não sexo
Mesmo tendo encontrando um grampo loiro no chão
E uma pulseira ao lado da cama...
Mesmo que uma lágrima tenha escorrido dos meus olhos
Um dia vou deixar minha toalha e shampoo lá
Um dia vou dizer que o que era paixão, agora é amor
Um dia ele vai entender que o que preciso no amor, não é alguém perfeito

Um dia ele estará aqui

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Sonho Angélica....


Dia 14 de abril ela sonhou que Sr. S, vestido na sua armadura negra no ensaio do Teatro, foi se aproximando dela na escuridão na coxia do teatro, com olhos fechados ela sentia todos os poros do corpo respirar, um calafrio de desejo, e quando ele a beijou, um beijo longo, profundo, infinito, quente...
Subitamente alguém acendeu todas as luzes, ambos se deram conta, mas já era tarde para ter consciência que deveriam parar, fingindo não perceber, ficar ali loucamente apaixonados, resgatando suas almas perdidas, no desgaste dos desencontros, se amando loucamente, até que ela assombrosamente , sentiu a glote fechar e não conseguia respira, começou a vomitar pelo caminho de saída da porta do teatro, temia que ele a visse nesse estado. Ela vomitava toda sua angustia, solidão, medo, vida, morte, caminhou em direção ao um carro preto que não tinha bancos, entrou olhou para os proprietários que estavam em pé fora do automóvel com o porta-malas aberto, havia duas mulheres uma loira e uma castanha e um Homem castanho, todos pareciam, fazer uma transição ilícita e estavam negociando um par de sapatos de bico fino.
Angélica saiu novamente do automóvel e começou a vomitar só que agora ela quase não conseguia abrir a boca. Ainda com medo que ele a visse naquele estado lamentável tirou o lenço umedecido, que ela havia comprado para o filho de Sr. S, se limpava, boca, roupa queria ficar limpa pra ele.
Mas a falta de ar era feroz, ela fez um sinal para Sr. S, pedindo socorro, e este desesperado chamou um táxi.
Ela vomitava compulsivamente, e um rapaz que observava de repente se abaixo e comeu o vomito e emitiu um olhar como se naquele momento estivesse roubando sua vida. E só disse, você pediu, vai ficar tudo bem.
Angélica, então lembrou que pediu para que Deus a levasse, que não suportaria viver sem Sr. S, que a vida estava congelada, e muito sofrida sem a presença dele.
Sr. S virou para Angélica, e disse não faça isso, estou aqui meu amor, eu estou aqui...

Angélica, desesperadamente desejava viver, mas sabia que era quase impossível, lagrimas de dor e satisfação de lembrar-se dos beijos e ver nos olhos do Sr. S que ele ainda a amava, a consolava, mas também não queria que ele sofresse outra vez, não outra morte, e agora? Ele que já tinha perdido o tantos, não ela não podia, como viver agora. Ufa! Angélica que agora era Elisa, acordou! Seus dentes estavam serrados e Elisa, sentiu fortes dores no maxilar, e muito enjoo. Elisa escreveu o sonho, voltou a colocar a foto de Roy no perfil do seu iphone, e então adormeceu novamente...
 “Beat”

No uivo dos ventos posso ouvir você

Na delicadeza e frescor que nos toca a face

A ameaça que empurra-nos e faz-nos dançar

Tu és o anuncio do nevoeiro,

 No presente, passado e futuro

Tu que dormis pela manhã, à tarde escreves, à noite diriges

 e interpretas e na madrugada vives.

domingo, 13 de abril de 2014

Menino I
Olhos do céu enevoado, entre todo o caos da poluição animal e selvagem; 
                                                                                       Ah! Tons alaranjados! 
Lentamente meu olhar desce e lá esta ela a “faia”, hoje ainda mais bela. Sua exuberância não tem limites, ela dança serena ao toque dos ventos. O tronco viril parece rosnar toda a melancolia, como os quadros de Van Gogh e simbolizar as esculturas de Auguste Rodin, com tão profunda beleza e contorção.
Desejo descer os 130 degraus e simplesmente, abraça-la. 
O monge me disse quando o vazio chegar simplesmente sente-se aos pés da faia...
Sinto um eterno desejo de desistir, releio mil vezes “O suicídio não é uma solução” e o “Van Gogh o suicidado da sociedade”. Deixo o vazio secar a água escorrida na face, nestes dias de trevas!
Você está em todos os lugares, na borboleta impecável que me fez sorrir, nos delírios febris, nos calafrios solitários, na “Faia”...

In memoriam de Rafael
 (Rafael, serzinho poético, um menino de 11 anos, sem nenhuma sorte, que me trouxe muita sorte. Nós conhecemos no Hospital Emilio Ribas, sem família, com os dedos corroídos, recebendo diariamente seu coquetel, todos os dias que passamos juntos eu ganhei um presente. Cada canção que cantamos, Ah! como ele vibrava com “Chopin”, cada estória contada... Seus olhinhos de esperança, seu coração batia em uma velocidade que jamais alcançarei...).
Mulher

A magia do veneno lilás
Deságua seu liquido jocoso na caverna sulfurosa
E nos mulheres estamos vivas e escrevendo
Sol
Caminho no circulo do ar e furo a essência
Por isso, nos meninas, habitamos a brisa
Pra velejar em margens escuras
E é disso que nos alimentamos,
Do sal das nuvens
Purificando os pés com a gota do orvalho
Juntos, na respiração da terra.


(Fernando Naporano e Liz Reis)
Você I

Quando penso em você, surge uma doce esperança, me envolvendo numa suave brisa aconchegante...
O ar que movimenta o coração alcança as estrelas!
Flutuo de desejo esperando te reencontrar. 
Suas delicadas palavras são música e movimenta meus passos...
Hoje meus pensamentos estão dançando por você...

Você II

Ao beijar seus lábios, delírios dulcificantes envolvem meu corpo. Toda sua face que estava arroxeada, outrora dourada e a agora prateada. Ah o menino carnaval, trás o único beijo roubado. No balanço desajeitado, dançamos apaixonados... O ar respira sobre nós! Hoje meu coração sorriu... Nessa atmosfera acolhedora, acariciante, com delicada magia, a vida se torna favorável.
"Steffen" ou "O poeta delira"


Sons de pavor saem da felina narina
Olhos amedrontados acordam o sereno
Um touro anuncia o terremoto
Gotas de rivotril invadem o peito febril congelado pela nevoa branca.
Égide cura o eu do amante feroz, viril
Os fantasmas dos corpos soturnos nos rondam o sono
O despertar trás a luz azul e a poesia da imagem
O mundo se abre na luta da alquimia do corpo,
e vai de encontro ao amor
Amor lunar, amor da terra, amor da vida, amor da arte. Amor teat(r)o
Suas palavras ressoam como veludo “Que é preciso ser orgânico”
Palavras suaves e sutis acalmam os corações
Os lábios carnudos são a fonte do desejo veloz
Livre é seu movimento agora. E no amanhã
Sensível às consequências imediatas
O espirito critico é virtuoso
Transforma, renasce
Erra com maestria, pintando sua obra, sua vida!
Só nos resta desabar em alegria
Onde os riscos da chuva dessa paixão
Movem os dedos acelerados
Tatuados no coração
Flutuo em camadas partidas
No gozo
Penteio a flor
Que arde no peito
Contaminada de Apolo
Afogada em Dionísio
Vento celestial, respiro nesse amor
 “A torrente fluente, profundo fluente”...
Catatônica derrete-me com esse melado olhar
Eletrocutada em lágrimas sucumbidas
Nos olhos do vento 
No frio do novo setembro
Salgado esplendor
Refletem o medo
Afogado e embriagado
Os amantes velejam no mar cor de rosa camaleão
Entardecendo o tautológico sol
Nos corpos repteis, suados, colados na escuridão 
Os trincos do céu avermelhado travam o encontro 
Vênus trás as molduras em jasmim
No ventre flutuam em desespero imenso do desejo de te amar
Eternamente nesse doce começo
Tem doçura tão docemente doce
Enamorados que não se suicidam
Revelam a luz do dia conservada neste maravilhoso encontro do quebra-cabeça de afinidades, cumplicidades e intimidades.
Transformam-se em amor a curiosidade intensa do ser encontrado
Vertiginosamente apaixonados
No gozo no toque musical sobrenatural
Recomeço deslumbrada, danço, no mundo em volta de nos.
Na situação limite, suspensa, imprevisível.
Ah! Enlouqueço!
(Liz Reis)

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Eu te quero bem

Tu arrancaste minha alegria.
Nunca mais serei a mesma
Tudo que sei, é que preciso de paz
E vou, vou
Caminhar, na fina garoa, em uma grande tempestade...
Na vida não podemos retornar
Só precisamos respirar lentamente para que essa dor travada na glote pare de doer, arder, gritar.

Gritar esse som mudo e tão feroz