sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

VIOLETA FEBRIL


Esqueleto de tulipa cristal
Montanha de ar afogado nos braços
Shiva pede perdão ao tempo
Esmagado negro pensamento petróleo
Colosso da memória interrompido pelo medo
Mulher metal virginal
Homem sem terminar seu calor
Imagem do vidro das parábolas do amor
A brisa sopra quente nas orquídeas do meu sexo
Encruzilhada humana em alto-mar
Seu beijo me apavora e me redime
O mundo em gravatas de pólvoras
Me orientalizo nas catacumbas do desejo
O orvalho desalojará o sono
Quebrando as pedras e os cravos
Explodindo em sete cores musicais
Urrando pelo nome da medula doada
O peixe-passaro ama sua violeta febril
Na cólera da paixão televisiva
Domando o pântano horizonte
Expandindo a claridade dos amarelos
Nos grãos dos trigos do infinito
Deusa da caça dos meus sonhos
Deus do vinho acorda Ofelia
Grécia da minha Flórida
O ar puro da nudez
Derme do seu perfume
Armas de gelo ameaçam os céus
Ombros do meu castigo & selo do meu canto
Reflexo da ilha piscam para Zeus
Acontecimento do lirismo estático
Pólvora da minha emancipação

(Por Marcelo Marcus Fonseca e Liz Reis)

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