sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Reflexões da Patagônia

Geleira

o silencio branco das geleiras petrifica ainda mais minha alma, caminho sozinha e tento entender o sabor de existir. Os que me amam eu sempre de alguma forma vou ferir, com palavras doces e tristes.
O vulcão ainda ferve no meu ventre .
A patagônia ira derreter com tanta sabor
Ombros amados tentam se erguer e renascer na poeira assassinada pelo sol lilas
Há gritos no centro do meu pensamento
Soltos, envoltos em tormentas amargas



Glaciares


Através do véu da virgem nas costelas craqueladas resistente como andiperla
Exterminada como um tehuelche afogo Ofelia e Verônica
Locomotiva queimando a camisa e suspirando com orvalho transparente gozo azul
Morte expandindo a 10 cm por dia
Desabar e nascer
Espetáculo escandaloso do nada
O ridículo melodrama real de um marido paralítico
Engendrada pelo teu olhar cruzo a fronteira
Deslizo para dentro do pêssego sabor das vísceras
Rompo a película do granito ereto
Ruído dos grampones gravados no silêncio branco
Pimenta que dissolve os lábios molhados
Suforosa canção rosa
Lava rupestre arrepia a sátira picareta
A lenta líquida acumulação irrompe, explode, envagina-me



Cordilheiras azuis

Obscuro caminho rochoso
Pupila palpita nas cerdas

Trigo verde monumental
Espero o dia do reverdecer
Sentido


Bétulas do meu pensamento

Razão do entardecer



Cordilheiras azuis afogam


a mancha vermelha do meu olhar


Lágrimas solidas voam no borbulhar do mel



Atlântico intrépido

A fenda da Rocha derrete o Atlântico colorindo meus desejos.

Abrindo meu coração em flocos de neve,transportando-me ao labirinto do seu umbigo.

Estilhaços de unhas enraivecidos no meus estomago.

Meu olhar intrépido para o joelho das montanhas

A areia rala e expulsa o céu embriagado

A sombra do útero enterra a pedra, desliza o mar

Busco o grito do sol

O sussurrar das nuvens

A natureza dança, o leão marinho sorri, os ventos cantam

O olhar se perdeu através dos pântanos da solidão.


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