terça-feira, 29 de maio de 2012

suprimam o opio, o Teatro...


“Nos nascemos podres no corpo e na alma, somos congenitamente inadaptados, suprimam o ópio, os senhores não suprimirão a necessidade do crime, os tumores do corpo e da alma, a propensão para o desespero, o cretinismo nato, a sífilis hereditária, a friabilidade dos instintos, não impedirão que haja almas destinadas ao veneno seja ele qual for, veneno da morfina, veneno da leitura, veneno do isolamento, veneno do onanismo, veneno dos coitos repetidos, veneno da fraqueza enraizada na alma, veneno do álcool, veneno do tabaco, veneno da anti-sociabilidade. Há almas incuráveis e perdidas para o resto da sociedade. Suprima-lhes um meio de loucura e elas inventarão dez mil outros. Elas criarão meios mais sutis, mais furiosos, meios absolutamente desesperados. A própria natureza é anti-social na alma, é apenas por uma usurpação de poderes que o corpo social organizado reage contra o declínio natural da humanidade”  (Antonin Artaud)


Um comentário:

Rogerio disse...

Liz insone, encontra-se com Artaud