TEAT(R)O
OFICINA ENTRA EM CARTAZ PRODUZ MUSICAL
SOBRE RELAÇÃO
DOS ARTISTAS COM O GOLPE DE 64
Texto
escrito e dirigido por Zé Celso revela uma relação de 50 anos com o imaginário
da Ditadura Militar e seus efeitos para o Brasil ainda hoje.
Estamos há poucos
dias da Copa e próximos às eleições; ano difícil. Estamos também em 1964;
Cacilda Becker (Camila Mota) é dirigida por Walmor Chagas (Marcelo Drummond) em
A Noite do Iguana, de Tennessee
Williams, e Cleyde Yáconis (Letícia Coura) foi presa no TBC; paira um clima de
interdição aos teatros onde peças ditas subversivas fazem sucesso. Hoje, no
Teat(r)o Oficina, os artistas se reúnem para reinterpretar os fatos da história
recente e atual do Brasil, transmutados em vida TEATAL. O resultado é o musical
Walmor y Cacilda
64 – Robogolpe, escrito por José Celso Martinez Corrêa e recriada
pela Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona como mais um canto vivo e solar
pela liberdade encarnada em cena por cada atuador.
Dirigida pelo
próprio Zé Celso, Walmor y Cacilda 64 – Robogolpe tem direção musical de Adriano Salhab, Montorfano e Giuliano
Ferrari, com trilha original inédita de Zé Celso e Cia. Oficina Uzyna Uzona. A
montagem conta com cerca de 30 atuadores da Cia. Oficina Uzyna Uzona e da
Universidade Antropófaga, entre músicos, atores, artistas visuais, videomakers,
técnicos e iluminadores. A temporada acontece de 26 de
maio a 29 de junho, sempre aos sábados (21h) e domingos (19h). Todas as
sessões têm transmitidas ao vivo pela TV Uzona, no site www.teatroficina.com.br .
Com Walmor y Cacilda 64
– Robogolpe, o Oficina coloca em cena o desejo cinquentenário de liberdade.
Pessoas/Personagens/Multidões renascem depois da 1ª Cena da Tragédia Político
Brazyleira: Seu Ator-Dramaturgo-Criador, o Presidente Getúlio Vargas (Marcelo
Drummond), em seu suici-DAR-se político estratégico, aborta o Golpe e faz
nascer, com seu texto trágico “Carta Testamento”, o desejo das “Reformas de
Base”. Surgem, inspiradas pela necessidade de mudança, as “Iguanas do Dragão de
Muchas Cabeças” (Cia. Oficina), os “subversivos” que São Jorge Robogolpe (Haroldo
Costa Ferrari) tenta submeter ao estado exceção. Mas a potência da criação, a força
instintiva da inquietação continua viva na terra, no Dragão que não aceita mais
seu papel de vilão.
Em 1964, dez
anos mais tarde do suici-DAR-se de Getúlio, o DOPS intima a classe teatral
paulista a depor na “Operação Sindicância para Apurar a Infiltração Comunista
no Meio Teatral.” Maria Della Costa (Juliane Elting) e Cacilda Becker (Sylvia
Prado) têm uma inspiração estratégica de Grandes Atrizes da Política, que é a
Arte do Teatro em si: Ambas pedem que os artistas compareçam à delegacia com
fantasias de bons moços e moças, como num cortejo. Cacilda veste um Dior; Maria
recorre a modelos da casa Vogue. Alugam dois Rolls-Royce, chamam toda a
imprensa e descem com seus sapatinhos forrados de suas carruagens, sob as luzes
da Tupi e dos flashes de todos os jornais e revistas. Penetrando no pardieiro
do DOPS, Cacilda e Maria Della Costa respondem ao interrogatório com uma
clareza que deixa constrangido o delegado (Acauã Sol), diante das TVs que
filmam a cena. As duas libertam não somente Cleyde Yáconis (Letícia Coura),
como obtém a abertura de todos os teatros fechados depois de 1º de abril. Além
desses, estão na montagem personagens importantes da história política e
cultural brasileira, como Ítala Nandi (Liz Reis), Jango (Glauber Amaral), Darcy
Ribeiro (Roderick Himeros), Maria Alice Vergueiro (Danielle Rosa), Brizola
(Marcelo Drummond) e Marighlella (Glauber Amaral), entre outros.
Hoje o país
ainda sofre os efeitos de uma Ditadura que insiste em se reinventar nos
pequenos detalhes: o Poder do Estado pretende proibir o ato de manifestar-se
livremente, com ou sem máscaras. Ao mesmo tempo, apresenta orgulhosa a nova
armadura dos soldados da PM, uma máscara de corpo inteiro, fantasia de Robocop,
para ser usada na “segurança” da Copa. A Cia. Oficina Uzyna Uzona, então,
pergunta: Como nós, corpos sujeitos da vida e da história, seres livres vivos,
vamos contracenar com esta estranha entidade – pessoa tanque de guerra de ficção
científica?
Walmor y Cacilda 64 – Robogolpe foi
apresentada pela primeira vez ao público no último dia 1º. de abril, como uma
leitura encenada da programação da Vigília pela Liberdade, projeto que envolveu diversas
companhias teatrais paulistas, convidadas para transformar em obra de arte suas
visões sobre os 50 anos do Golpe Militar. Com a excelente recepção do público,
a Cia. Oficina Uzyna Uzona decidiu continuar com os ensaio do texto e produzir
o espetáculo para uma breve temporada de seis semanas. Walmor y Cacilda 64 – Robogolpe aparece, portanto, como um entreato
da Odisseia Cacilda, que já deu vida a quatro espetáculos independentes e
complementares: Cacilda! (de 1998, com uma exclamação),
Estrela Brazyleira a Vagar – Cacilda!! (de 2009,
com duas exclamações), Cacilda!!! Glória no TBC e 68
AquiAgora (com três exclamações, de 2013) e Cacilda!!!!
A Fábrica de Cinema & Teatro (com quatro exclamações, também de
2013). A montagem de Cacilda!!!!!, com cinco
exclamações, está prevista para estrear em julho desse ano.
Walmor y Cacilda 64 – Robogolpe
Dramaturgia
e Direção: José Celso Martinez Corrêa
Conselheira
poeta: Catherine Hirsch
Direção
Musical: Adriano Salhab, Montorfano e Giuliano Ferrari
Trilha sonora
original: Zé Celso e Cia. Oficina Uzyna
Uzona
Temporada: De 26/04 a 29/06,
sempre aos sábados (21h) e domingos (19h)
Local: Teat(r)o
Oficina – Rua Jaceguai, 520. Tel: 11. 3106-2818.
Ingressos: R$ 40,00
(inteira) e R$ 20,00 (meia) e R$5,00 (moradores do Bixiga, mediante comprovação
de residência. Meia entrada para idosos, artistas, professores e cartão Petrobras.
Vendas pela Compre Ingressos ou na bilheteria do Teatro Oficina, uma hora antes
da sessão.
Capacidade: 300 lugares
Duração: 120min
Indicação etária: 16 anos
Marcelo Drummond e Camila Motta
Walmor & Cacilda
Roderick Himeros
Liz Reis "Ittala Nandi"
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